quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Quem é o pai da criança??



Título curioso? Nem tanto...Já tem algum tempo que eu venho acessando alguns sites da internet, blogs, vídeos e tenho lido alguns artigos científicos, à respeito da Hiperidrose Primária...Neste curto período, eu aprendi uma infinidade de informações sobre o assunto, e a medida do possível tenho tentado imprimir parte deste aprendizado aqui no "Além da Hiperidrose", muitas vezes alternando entre meu histórico pessoal, e o conteúdo informativo que encontro em minhas pesquisas...Mas voltando ao título da postagem: Quem é o pai da Criança??Em alguns sites dermatológicos a Hiperidrose Primária é considerada uma doença de pele, em outros uma doença do tórax, em outro uma disfunção rara do sistema nervoso...Tudo bem que as informações que temos à respeito da Hiperidrose são em alguns aspectos limitadas, mas um consenso em determinadas situações não cairia nada mal né...Enfim, eu fui atrás do "pai da criança" e pasmem: Segundo a CID 10 (Classificação Internacional de Doenças) o código de identificação da Hiperidrose é:R61; a medida que Hiperidrose Localizada é:R61.0; Hiperidrose Generalizada é:R61.1; e Hiperidrose não especificada é:R61.9...Mas porque eu estou falando isso? É que o título que a CID 10 deu para esta categoria de patologia (que vai do código R00 até R99) é: "Sintomas Sinais e achados anormais de exames clínicos e de laboratório não classificados em outra parte". O que me chamou atenção neste título foi o "Não classificados em outra parte" ou seja não classificado em: "Doenças da pele e do tecido subcutâneo"(vai do código L00 à L99); nem "Doenças do sistema nervoso"(vai do código G00 à G99) e muito menos doença do tórax já que esta categoria nem existe na CID 10... O que dizer à respeito disso??Bom, é melhor vários querendo assumir a paternidade do que deixar a criança abandonada né?? Essa situação está bem confusa, definitivamente eu não sei o que pensar...Deve haver uma explicação muito plausível para isso, mas eu ainda não sei!!! Na verdade, confesso que este Post é mais um desabafo, que um esclarecimento... Talvez seja um sinal, de que eu tenho que pesquisar mais...

Critérios Diagnósticos da Hiperidrose Primária

Classificação da Hiperidrose Palmar de Menezes Lyra R.

 

Classificação da Hiperidrose Axilar de Menezes Lyra R.




Como já comentei aqui no Blog, a Etiologia da Hiperidrose Primária (o que a causa de fato) ainda é desconhecida. Neste sentido, partindo de uma curiosidade minha, acredito que é de interesse geral, saber quais são os critérios do diagnóstico. Afinal de contas ainda não existe nenhum exame laboratorial (como o exame de sangue) que ateste que o indivíduo tem Hiperidrose Primária. Então, quais são os Critérios diagnósticos para a Hiperidrose Primária?...Bom, acredito que as duas imagens acima já tenham denunciado que o diagnóstico é feito mediante o exame clínico né, o exame é norteado pelos seguintes critérios: Suor visível, exagerado e localizado, com duração de pelo menos seis meses, sem causa aparente, com pelo menos duas das características abaixo:
  • Suor bilateral e relativamente simétrico.
  • Frequência: pelo menos um episódio por semana.
  • Prejuízo nas atividades diárias.
  • Idade <25 anos.
  • História familiar presente.
  • Ausência de suor durante o sono.
Outros sintomas associados:
  • Intenso constrangimento pessoal associado a peças de roupas encharcadas e mãos molhadas.
  • Necessidade de trocar de roupa (peça) uma ou mais vezes ao dia.
  • Evitar quando possível cumprimentar as pessoas.
  • Frustração na execução das atividades diárias.
  • Prejuízo no desempenho e na produtividade.
  • Depressão e falta de confiança.
  • Dificuldade e insegurança em reuniões sociais e relações íntimas.

Para quem tinha dúvidas, se tem ou não Hiperidrose Primária, seguindo os critérios fica fácil descobrir... Eu ainda estou aprendendo, a lidar com esta descoberta...


Fonte: http://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/831/hiperidrose.htm

Imagens da Internet: Classificação da Hiperidrose palmar/Axilar de Menezes Lyra R.


quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Na Lama



"É caótico e triste. Mas eu não quero que seja seguro. Tem que ser humilhante". Lady Gaga.

Quem me conhece sabe como eu sou, quer dizer, eu tenho algumas características inconfundíveis, indissociáveis de minha personalidade: extremamente racional, porém sem perder a espontaneidade, sorriso fácil, observador, se não tenho resposta simplesmente fico quieto, gosto do silêncio... Ás vezes eu tento controlar alguns impulsos (algumas expressões cômicas involuntárias), mas daí eu percebo que não tem motivo para controle... Me ame ou me odeie, essa é minha essência... Essa semana eu ouvi uma música, que traz no refrão aquilo que na minha opinião é a chave da Transcendência, o caminho para a grandiosidade espiritual: "Se você me odeia deita na BR", me ensinou que você não precisa pagar com a mesma moeda, desapega daquilo que não vale a pena, Está nas mãos de cada um decidir o próprio destino. A única verdade que realmente importa é a que nos faz feliz... A efemeridade do tempo me garante que o melhor é aproveitar ao máximo as coisas boas... A notícia boa: não há sofrimento que dure para sempre...

Desde a infância eu passo minhas férias no campo, no sítio de meus avós, é incrível, o contato com a natureza desperta o meu melhor... Mas mesmo neste recanto de paz e tranquilidade, eu guardo em minhas lembranças, alguns recortes, de algumas situações que a Hiperidrose me fez viver... Uma delas é a sensação do pé enlameado... Lá, para todo lugar que eu vá, após poucos segundos de caminhada, meu pé começa a dançar no chinelo, escorregando no suor incontrolável, e nesta dança eu já levei diversos tombos (o terreno é pedregoso, muitas descidas e subidas...inevitável), alguns chinelos arrebentados, mas nada se compara a impagável cena de me ver, se equilibrando a cada passo, abrindo os braços a cada escorregão como se estivesse na corda bamba... Teve uma vez que eu tentei inovar, estava em uma descidinha, como o chinelo escorregava muito resolvi tirá-lo, seguir o conselho dos telespectadores e andar descalço, dois segundos depois com o chão pelando e as pedras que tinha no meu caminho, coloquei o calçado novamente... Aquela altura, não sabia se era lama que estava no meu pé, ou se o meu pé é que estava na lama... E muito menos se a lama era lama de fato ou algum composto a base de vaselina... Digo isso pela textura escorregadia do composto... Em pouco tempo o chinelo arrebentou, eu caí, minhas mãos amorteceram um pouco a queda, e o grude que antes se concentrava nos pés, também as dominou... eu sangrei... Mas o que eu queria mesmo era chorar... Eu não chorei, apenas calei e aceitei a minha sina... Andar por sobre aquele caminho tortuoso, pés e mãos enlameados, sangrando e suando, sem reclamar. Felizmente no meu caminho tinha um rio, em poucos minutos meu elemento protetor (a água) me livrou daquele lodo, eu não sei ao certo por quanto tempo fiquei me lavando... Sei apenas que no final, percebi que meus ralados não eram tão graves... Aos trancos e barrancos a vida continua... Não existe lama, que a água não possa lavar.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Apenas para refletir...



Tempo Perdido
Legião Urbana

Todos os dias quando acordo,
Não tenho mais o tempo que passou
Mas tenho muito tempo
Temos todo o tempo do mundo.

Todos os dias antes de dormir,
Lembro e esqueço como foi o dia
"Sempre em frente,
Não temos tempo a perder".

Nosso suor sagrado
É bem mais belo que esse sangue amargo
E tão sério
E selvagem,
selvagem;
selvagem.

Veja o sol dessa manhã tão cinza
A tempestade que chega é da cor dos teus
Olhos castanhos
Então me abraça forte
E diz mais uma vez
Que já estamos distantes de tudo
Temos nosso próprio tempo,
Temos nosso próprio tempo,
Temos nosso próprio tempo.

Não tenho medo do escuro,
Mas deixe as luzes acesas agora,
O que foi escondido é o que se escondeu,
E o que foi prometido,
Ninguém prometeu.

Nem foi tempo perdido;
Somos tão jovens,
tão jovens,
tão jovens.




"Não desista perante os desafios da vida, eles podem ajudá-lo a descobrir quem você  realmente é... Lembre-se que as maiores batalhas, são travadas dentro de nossas mentes..."


sábado, 11 de fevereiro de 2012

Precisa de um Lenço???




Voltávamos de uma viagem, havíamos passado um dia maravilhoso na praia.Um daqueles dias onde tudo dá certo, Sol incrível, Mar perfeito, muita descontração, momentos inesquecíveis registrados nas fotos e na memória...Já próximos de casa andávamos algumas quadras á pé, o Sol já se pondo, aproveitamos o momento para aproveitar aquela tarde de verão, os mais velhos caminhando á frente eu e os primos caminhando atrás, rindo muito conversando e relembrando os momentos de praia e de folias dentro do ônibus... ─Larissa segure a minha mão, vamos atravessar a rua. (eu para minha prima de cinco anos). Atravessamos tranquilamente a rua, e continuamos caminhando de mãos dadas, afinal de contas com crianças cuidado nunca é demais...Seguimos nossa caminhada, as crianças pulando e contando histórias, eu e meus outros primos rindo lembrando dos caldos na praia...Até que de forma inesperada, Larissa soltou a sua mão da minha: 
─ Ai não quero mais segurar na sua mão...Tá molhada!...
─ Mas Larissa você tem que segurar, é perigoso...olha eu vou secar a minha mão...Pronto...
─ Não!!!
Realmente minha mão estava suada, mas a questão é que minha mão está sempre suada!!!No primeiro momento sequei a mão tentando reverter a situação mas, no momento seguinte percebi que não iria adiantar, pois inevitavelmente suaria novamente...Sabe ela tinha o direito de não querer segurar na minha mão, devo confessar que o suor não é algo que me agrada, também me sinto incomodado, talvez em outras circunstâncias eu fosse o primeiro a não querer segurar na mão dela, mas naquele momento era necessário...
─ Olha Larissa tive uma ideia...
Peguei meu lenço que estava na bolsa, era um lenço normal, todo branco, e "enfaixei" toda a minha mão...
─Pronto, agora você não precisa mais segurar na minha mão...
Ela me olhou desconfiada, olhou para a minha mão toda envolta naquele paninho branco, e sem dizer nada segurou na mão mumificada. A esta altura o pessoal já havia caminhado um pouco à frente, enquanto os alcançávamos, eu pensava naquela situação...Naquele lenço...Aquele lenço que sempre secou o suor de minha mão, me atribuindo um pouco mais de segurança, para lidar com as outras pessoas, hoje estava sendo de fato o elo entre o meu mundo e o outro, o das pessoas sem hiperidrose...A medida que fomos andando, a amarração improvisada que eu havia feito em minha mão, se soltou...Minha priminha pegou o lenço, e depois de me fazer de bobo, correndo com ele me mandando ir buscá-lo, não permitiu que eu o envolvesse novamente em minha mão...Ela segurou em uma das pontas do lenço, e me ofereceu a ponta contrária
─Toma primo eu seguro nessa, e você segura aqui...
Não estava em condições de negociar, então aceitei...De tempos em tempos ela puxava o lenço para baixo, com o intuito de que a ponta que eu segurava escapasse de minha mão...o que realmente aconteceu das primeiras vezes...Acredito que para quem assistiu foi uma situação meio no sense, mas para a gente foi muito divertido... Eu e a Larissa rindo convulsivamente...Hoje escrevendo eu percebo que nem foi tão engraçado, mas no momento a situação foi muito cômica eu puxava ela pelo lenço... ela vinha e derrepente me puxava para trás, pelo mesmo lenço e começava a rir...Uma risada tão contagiante que eu não resistia e respondia com outra gargalhada... Infelizmente no final desta história toda, o lenço não resistiu, acabamos rasgando...Mas aguentou firmemente até chegarmos sãos e salvos em casa...Eu percebi que realmente podemos tirar algo de positivo de todas as situações de nossa vida...Ás vezes o puxão que te leva para baixo, é o fôlego de que você precisava para subir mais alto...

domingo, 5 de fevereiro de 2012

O gosto da chuva...



Sabe, para mim a chuva tem gosto de liberdade...É curioso porque eu sempre dou risadas nos dias de chuva...No cinema, as cenas de chuva sempre marcam um momento de transformação na vida do protagonista. Quando tudo o que estava dando errado começa a dar certo, quando os problemas começam a se resolver, quando ele está no fundo do poço, e decide recomeçar do zero...Quando chove, eu me sinto este protagonista e eu desejo esta transformação...Certa vez, alguém me disse que o meu elemento protetor é a água, e são nos dias de chuva que eu sinto esta proteção, como se uma força, maior que a minha vontade, estivesse me autorizando a viver sem restrições...Nos dias de chuva a Hiperidrose parece fazer parte do cenário, uma ínfima contribuição aquática ao imenso espetáculo de gotas que caem do céu...Nos dias de chuva eu tenho um Álibi, para as roupas e os sapatos molhados...É como se um anjo me envolvesse em suas asas, e me libertasse do tormento não merecido, compensando os anos de mortificação com um banho purificador tão intenso que lava a alma, e restaura o equilíbrio, subtraído desde a infortuna profecia:"!De hoje em diante caminharás, envolto às lágrimas de seus pecados, que irão brotar de todos os poros de seu corpo, embebendo suas vestes e condenando-o a uma vida acromática, úmida e gélida!"...Nos dias de chuva eu me sinto mais humano, porque todos os humanos a minha volta se parecem mais comigo, não que eu seja definido apenas pelas roupas molhadas, claro que não! afinal de contas sei que existe um eu não explorado Além da Hiperidrose, mas...este eu ainda me é estranho, um pouco arriscado talvez, possível mas desconfortável porque é novo...Mas que eu sinto mais perto quando a chuva passa...Sabe, para mim a chuva tem gosto de liberdade...Tomara que hoje chova!